O seu sonho era ser jogador de futebol, contudo, problemas físicos (e, segundo o mesmo, “também por falta de talento”) impediram-no de o alcançar. Para além desse, queria ser bombeiro e, hoje, compreende bem o porquê: “acabei por passar a minha a apagar fogos e ainda continuo a tentar fazê-lo”.
Veio para os Açores por amor, devido à sua mulher que, por motivos profissionais, teve se mudar para as ilhas. O primeiro ano que passou em São Jorge permitiu-lhe experienciar os Açores de outra forma, afirma, por estar instalado no triângulo. Deu aulas e formação da EPIJ – Escola Profissional da Ilha de São Jorge – nas áreas de Apoio à Gestão, Logística e Canais de Distribuição, sendo a sua primeira aventura enquanto professor/formador. Nesse período, participou em várias atividades: na Feira da Ilha e a jogar futebol no Urzelinense, chegando a ganhar uma taça da ilha.
No final desse ano letivo, mudou-se para a Terceira, onde elaborou diversos trabalhos enquanto formador e, ainda, trabalhou num sistema de pró-emprego chamado “Recuperar”, que pertencia à Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional na CMPV – Câmara Municipal da Praia da Vitória. Além disso, também trabalhou no Gabinete de Desenvolvimento Económico da mesma Câmara, estando presente em vários planos de desenvolvimento local, como na adaptação do Plano Revitalização da Ilha Terceira e o projeto “Loja Vitória”, visando o apoio ao comércio local. Neste período encontrava-se, também, a gerir a sua primeira Startup, em Lisboa, a “ADVert”, uma empresa green de comunicação/publicidade de bicicletas. Apesar do seu sucesso em termos de captação de negócio, chegando a interagir com marcas desde a Wells, à MacDonalds, à Sumol e SONAE, questões problemáticas a nível dos recursos humanos internos levaram a que a Startup chegasse ao fim.
“Não devemos construir um projeto com pessoas que não têm a mesma visão empresarial que nós.”
Numa altura em que já pensava regressar a Lisboa, e tudo indicava que tal fosse acontecer, é contactado pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo para dirigir a StartUp Angra. No entanto, em contrapartida, nesta o Fábio não era uma primeira opção. Numa reviravolta de acontecimentos com o outro candidato, acabou por ficar com o cargo enquanto segunda opção.
Foi Diretor Executivo na Startup Angra durante 4 anos, ao mesmo tempo que dava aulas na Escola Profissional e palestras pelas ilhas dos Açores, em parceria com a Direção Regional. Um dos seus lemas de eleição tornara-se o seguinte: “É preciso ter lata para empreender!”. A todas as empresas que se instalavam na Startup, eram-lhes oferecidas latas com sementes lá dentro que deveriam, posteriormente, ser plantadas e cuidadas para que pudessem crescer. “Se não estivermos atentos, então, a árvore pode morrer. Por isso, imaginem o que podia acontecer com os vossos negócios.”
Chegado o ano 2020 e o confinamento em plena pandemia mundial, o seu caráter entusiasta e ambicioso levou-o a querer abrir os seus próprios negócios, “porque faz sentido!”. Neste momento, é mentor da Startup Portimão, dos Territórios Criativos e foi mentor na Fábrica de Startups “Tourism Explorers”; é, ainda, sócio da marca “Chimpstickers” e CMO da “Endemic”, uma agência de marketing endémico, cujo objetivo é o de “acelerar ideias, organizações, produtos, processos e pessoas no mundo do empreendedorismo.”
Gosta de “pessoas chatas”, pois considera que são essas que possuem a verdadeira capacidade de inventar e de ter resiliência para verem materializadas as suas ideias.
“A ideia em si não é a joia da coroa. As verdadeiras estrelas são mesmo as pessoas.”
E acabam por ser essas mesmas a sua maior fonte de motivação. Afinal, segundo Fábio: “Eu tenho uma pirâmide invertida. Eu gosto de ser, em primeiro lugar, um solucionador de problemas. Depois, motivam-me as pessoas. Eu sou uma pessoa de pessoas – elas são o melhor do mundo. E, a mim, motiva-me resolver os problemas com as pessoas e melhorá-las. As pessoas são, de facto, o melhor produto que existe.”