A ideia do Palco 21 surgiu-lhe em 2015, mas não com esse nome. A ideia de Miguel seria aproveitar a antiga discoteca Farol, nas Ribeiras, e fazer-lhe um rebranding total; contudo, ao dar a conhecer a sua missão e valores específicos, as opiniões que reunia apontavam-lhe cada vez mais que manter o nome de outro negócio não fazia sentido.
O nome interessante “Palco 21” surge do facto da palavra “palco” ser abrangente, podendo significar qualquer tipo de palco, para qualquer tipo de artista, para qualquer tipo de evento – que é mesmo essa a ideia por detrás do projeto. O “21”, segundo Miguel, entre risos, advém da sua conexão que tem com o número em termos de futebol.
No mês de Abril de 2016, era criado oficialmente o projeto. No entanto, os seus primeiros passos foram mais uma espécie de teste de mercado. Realizaram-se alguns eventos de fado, stand-up comedy, concertos ao vivo e, até, uma palestra em parceria com a Liga Portuguesa contra o Cancro, cujos fundos reverteram na totalidade para essa associação. Também se realizaram eventos fora do espaço físico determinado, tais como: a Heineken Pool Party na Aldeia da Fonte e uma noite no Forte de Santa Catarina.
Acima de tudo, todas as primeiras experiências serviram para Miguel ter uma noção daquilo que queria e não queria para o Palco 21. Apercebeu-se, por exemplo, que quer que o seu projeto se afaste do conceito de “discoteca”, procurando que este se apresente mais como um hub cultural, focado na produção de eventos de qualquer tipo, desde concertos, a espetáculos performativos, exposições, entre outras ideias.
A ideia do Palco 21 viria a ficar em stand-by, ao passo que a OrangeWorks, Lda. continuaria a desenvolver-se – chegando, em 2018, a produzir a Semana dos Baleeiros, nas Lajes do Pico; as Festas da Praia, na Ilha Terceira, e as Festas do Nordeste em São Miguel, um evento que contou com mais de 8 mil pessoas.
No entanto, a ideia do Palco 21 continua a pulsar na sua cabeça e representa, ainda, o seu maior sonho em termos empresariais. Miguel pretende dar um passo à frente neste sentido, pois considera haver um espaço perfeito no mercado para a sua ideia:
“A verdade é que existem salões, filarmónicas, etc., mas existe uma grande falta de lugares específicos, que possuam as condições técnicas e de conforto para receberem aglomerados de pessoas e realizarem eventos calendarizados e programados.”
O projeto Palco 21 procura interligar as ilhas do triângulo, nesse sentido, de forma a servir de palco – literalmente – para quaisquer necessidades neste âmbito. Em seguida, pretende-se que se estenda para as restantes ilhas e, ainda, que haja abertura para o mercado internacional.
“A ideia é trazer pessoas de fora, para que visitem a Ilha e os Açores em Geral, e que se forme uma rede com as empresas e atividades locais, desde o alojamento, aos espaços de restauração, rent-a-car, entre outros. Procura-se criar uma dinâmica de energia constante.”